A instituição do Dia do Auditor de Controle Externo em Mato Grosso foi proposta pela Audipe em 2017 e acolhida pelo deputado estadual Alan Kardec, que apresentou o Projeto de Lei nº 215/2017, aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Pedro Taques hoje de manhã no TCE. “Atuamos na fiscalização do bom emprego das verbas públicas que atenda o interesse social”, contou o presidente da Audipe, Evandro Aparecido dos Santos.
De acordo com o presidente da Audipe, a homenagem aos profissionais que atuam no controle externo é um reconhecimento nos resultados obtidos no combate ao mau uso dos recursos públicos. “O Auditor de Controle Externo é o profissional responsável por atuar na fiscalização do bom emprego do dinheiro público em áreas como saúde, segurnaça, educação. É o profissional que vai ver se as entidades estão aplicando esse dinheiro de forma eficaz, eficiente de modo que gere benefício social.”
Fiscalizar os gastos públicos, prevenir problemas na administração municipal e estadual que possam causar prejuízos aos cofres públicos e observar se o dinheiro arrecadado com os impostos pagos pelos cidadãos está sendo aplicado de forma eficiente têm sido o foco dos auditores públicos externos nos Tribunais de Contas do Brasil. Com as novas tecnologias digitais, o cruzamento de dados e a rede de controle de inúmeros órgãos de fiscalização e controle externo, esses profissionais produzem o insumo para ações administrativas e criminais que nos últimos anos colaboraram para desvendar o modus operandi da corrupção brasileira. “O trabalho dos auditores é a base para as atividades do controle externo. Eles levantam as informações, checam tudo e colocam à disposição os insumos para que possamos atuar nos Tribunais de Contas”, diz a conselheira interina do TCE-MT, Jaqueline Jacobsen, que iniciou a carreira de auditora pública externa em 1999, tempo em que ainda usavam a calculadora com bobina e quatro operações.
O conselheiro interino Luiz Henrique Lima, vice-presidente do TCE-MT, já foi auditor do Tribunal de Contas da União – TCU e fez um relato da sua história profissional em palestra proferida durante a homenagem aos profissionais promovida pela Associação dos Auditores Públicos Externos do TCE de Mato Grosso – Audipe, realizada hoje com a presença do governador do Estado, Pedro Taques, de deputados estaduais, representantes do Ministério Público Estadual e da Procuradoria-Geral do Estado. “Nossos auditores realizam um trabalho extraordinário e às vezes não é reconhecido pela sociedade, porque se a ação consegue evitar o dano ela geralmente não dá notícia. Quando o crime contra a administração pública não acontece é porque o trabalho dos auditores foi mais eficiente e evitou o pior. No entanto, se o crime de corrupção acontece, os auditores atuam para fazer a correta quantificação do dano ao erário. E o Poder Judiciário muitas vezes se socorre da expertise do corpo técnico dos Tribunais de Contas para tomarem decisões com mais segurança”, avaliou.
O constante processo de qualificação do auditor público externo tem enriquecido as auditorias e orientado os gestores públicos a errarem menos e planejarem a gestão de forma que o cidadão receba os serviços públicos com mais qualidade. “A gente percebe a evolução do quadro técnico, mas os auditores sempre foram e são muito cautelosos e nos ajudam muito a decidir em um processo”, destacou o conselheiro presidente do Tribunal de Contas, Gonçalo Domingos de Campos Neto. E quem tem medo de auditor? O governador Pedro Taques foi taxativo em afirmar na solenidade que não tem medo de auditoria. “Eu não tenho medo de controle. Auditoria serve para a gente fazer a coisa certa”, declarou.
André Luiz de Souza Ramos se formou em Engenharia Civil e há 30 anos atua no TCE – MT como auditor público externo em auditorias relacionadas a obras e serviços de engenharia do Estado e municípios. Ele observou que sempre foi possível identificar falhas ou até mesmo evidências de fraudes na fiscalização, mas a evolução dos instrumentos de auditoria e o cruzamento de informações estão permitindo que os atos de corrupção apareçam com maior facilidade. “É um momento rico que propicia mudanças no cenário político, social e administrativo do país”, analisou.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais da Receita Federal, Décio Bruno Lopes, com 25 anos atuando na fiscalização, enfatiza que a corrupção é a doença dos cofres do Estado. “Quando o agente público se corrompe está causando um grande mal, porque os recursos que deveriam ser utilizados para atender a população estão nos bolsos dos corruptos. Esse desvio de conduta vem sendo combatido por fiscais e auditores”, disse.
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