Durante a solenidade, o novo presidente apontou que, apesar de 12 anos da existência da categoria no Estado, muitos avanços ainda precisam ser conquistados, principalmente o respeito à autonomia dos profissionais de carreira que são responsáveis por fiscalizar a gestão pública e garantir que não haja, entre outros, prejuízos o desvio ou o desperdício do dinheiro público.
“Lutaremos por um sistema de controle interno efetivo e para o titular do poder constituinte, que é o povo. Chega de controle interno para ‘inglês ver’. Não podemos estar submetidos a líderes de carreira estranha do Controle Interno. Nossa função é construir os pilares da transparência e da eficiência nos municípios”, asseverou Angelo, que é controlador interno em Rondonópolis.
De acordo com o presidente da Associação dos Auditores Externos do Tribunal de Contas de Mato Grosso (Audipe) Evandro Santos, o Controle Interno deve ser valorizado porque representa um importante auxílio para o bom gestor. “O Controle Interno são os olhos da administração na qualidade de ferramenta para promoção do auto conhecimento. Possibilitam a promoção do desenvolvimento de maneira planejada com vistas à eficiência, eficácia, economicidade e efetividade”, disse Evandro.
Ele ressaltou ainda que a autonomia dos controladores internos é imprescindível para a boa atuação na fiscalização dos recursos públicos. “Nós do Controle Externo precisamos que os controladores possam atuar com liberdade, contribuindo para a boa governança, primando pela transparência e pelo Controle Social. Desejamos sucesso aos membros da nova gestão”, explicou o presidente da Audipe.
A nova diretoria é composta pela vice-presidente Alina Ferreira Amaral, que é controladora do município de Santo Afonso, 1º tesoureiro Adriano Garcia da Costa, de Santo Antônio do Leverger, 2ª tesoureira é Katia Regina da Silva, controladora do Poder Legislativo de Apiacás. A secretária-geral é Lislaine Laurindo, auditora de Campo Verde. O diretor de ética é Eloir Luiz Padilha, de Bom Jesus do Araguaia e o Diretor-Geral é o auditor Jonathan da Silva Telles, de Ipiranga do Norte.
Foram nomeados diretores regionais os controladores Robson Máximo da Costa, de Cáceres, e que passa a dirigir o regional Oeste. Já o regional Leste ficará sob a responsabilidade de Leonardo Luiz Artuzi, de Primavera do Leste. O diretor da região do Araguaia é Elias André de Lima, que é controlador interno de Gaúcha do Norte.
Na cerimônia de posse, o vice-presidente do TCE, conselheiro Luiz Henrique Lima, avaliou que há uma evolução no controle interno dos municípios, mas que ainda falta homogeneidade. “Há municípios que esse controle funciona melhor, e em outros municípios é mais proforma. Às vezes, em um mesmo município, de uma gestão para outra o ou o controle é fortalecido ou é desconsiderado”.
Segundo o conselheiro o perfil ideal do controle interno deve ser formado com base em profissionais recrutados por concurso público, e que tenham total liberdade de atuação. “Os controladores internos devem ser bem remunerados, valorizados, não só no aspecto salarial, como também no aspecto de serem ouvidos. E permanentemente capacitados. Para isso é necessário investimento por parte dos gestores”.
Já o conselheiro Isaias Lopes da Cunha avalia que ainda é preocupante o fato de muitos gestores considerarem os controladores internos como “personas não gratas”. “Temos presenciado em muitos municípios uma verdadeira perseguição aos auditores e controladores internos, um cerceamento ao exercício profissional. Geralmente isso ocorre por causa de um conflito de interesses. Porque muitas vezes o gestor não tem 100% de seus interesses público, e quer defender interesses privados. E aí confronta com o profissional que está para zelar da coisa pública”.
Para o presidente de honra da AUDICOM, Hebertt Villarruel, a nova diretoria representa a continuidade da luta que a categoria vem exercendo para garantir que sua atuação seja autônoma, comprometida com os valores da coisa pública e com a devida valorização e respeito almejados.
Histórico
A AUDICOM-MT foi fundada formalmente em 2014, mas existe desde 2012 enquanto organização de classe. Com 180 associados, tem a missão de defender as prerrogativas dos controladores internos municipais, categoria que foi criada em 2007, em Mato Grosso, por meio da Resolução 01 daquele ano, em cumprimento da determinação constitucional que exige a existência de controle interno em todos os âmbitos dos Poder, municipal, estadual e federal.